sexta-feira, 19 de setembro de 2008

dura realidade

Enquanto caminhava pela rua, um garoto com não mais que 12 anos me abordou pedindo comida, ele se encontrava sujo e descabelado, próximo ao local não havia restaurantes ou lanchonetes, pois ele estava em um sinaleiro pedindo dinheiro aos motoristas. Eu particulamente sou contra oferecer dinheiro a pedintes principalmente à crianças, entretanto é um dever de todo ser humano ofertar comida a quem pede, independente de seguimentos religiosos, apesar de ser um preceito bíblico "dai comida a quem tem fome".

Quando disse ao garoto que iria comprar algo para que ele comesse, imediatamente ele olhou em meus olhos, a primeira vez que o fazia durante o diálogo e me perguntou :Você volta? Eu estou com meu irmão. E novamente baixou os olhos eu lhe respondi: Volto.

Caminhando mais a frente encontrei uma pequena loja que vendia doces e derivados, comprei três pacotes de biscoitos e duas caixinhas de suco, mesmo sabendo que aquele lanche não mataria a fome deles, retornei ao sinaleiro, o garoto quando me viu, correu em minha direção e agradecido olhou nos meus olhos e disse: Obrigada tia, vai com Deus! Ele chamou o irmão e ambos foram embora do sinaleiro. No mesmo momento que meus lábios se abriam com um sorriso, meus olhos se fechavam e se enchiam de lágrimas.

Queria eu ter respostas para os questionamentos... Como pode um pais tão belo, que poderia banir o termo fome do cotidiano de muitos, fechar olhos e cruzar os braços para crianças que por não terem como se sustentar são obrigadas a pedir, a se marginalizar e até a se submeterem a prostituíção? Como pode em um país conhecido por possuir habitantes que transmitem "calor humano" e amabilidade propiciar um tratamento diferenciado aos seus?


A história que acabo de relatar não é para engrandecer minha vaidade, porque esse fato me entristece.

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